RIO DE JANEIRO (Reuters) - A posição do técnico Alexandre Gallo como comandante da seleção que tentará o inédito ouro olímpico no futebol em 2016 no Rio de Janeiro está ameaçada depois da fraca campanha do Brasil no Sul-Americano Sub-20, em que a equipe terminou em quarto lugar e ficou com a última vaga no Mundial da categoria, que será disputado na Nova Zelândia.
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, disse não ter ficado satisfeito com a campanha da equipe no Sul-Americano disputado no Uruguai e disse que se reunirá com Gallo, que também é coordenador das categorias de base da CBF, para definir o futuro do treinador.
"Não posso garantir a vocês e muito menos ao Gallo (que ele vai ficar). Sempre disse a vocês: qualquer técnico, o que garante a posição são os resultados. Se eu não ficar satisfeito com os resultados que já ocorreram ou vão ocorrer, eu tomo a medida a qualquer momento", disse Marin a jornalistas em evento do Comitê Rio 2016.
"Por tudo aquilo que nós fizemos, demos a ele todo apoio e infraestrutura, eu pessoalmente não fiquei satisfeito com o resultado, não só com a colocação, mas mais com as atuações…. Foi uma má campanha, para não dizer péssima", acrescentou o presidente da CBF.
O Brasil terminou o Sul-Americano na quarta posição, conquistando a última vaga para o Mundial depois de empatar com o Uruguai, ser derrotado pela Argentina e perder por 3 x 0 para a Colômbia na última rodada do hexagonal final da competição.
Marin, que fica no cargo até abril, quando passa o posto para seu vice Marco Polo Del Nero, avaliou que a seleção sub-20 comandada por Gallo pecou no excesso de individualidade durante o Sul-Americano.
"Prevaleceu o individualismo e não o coletivo. O futebol é um esporte coletivo. Não vi esse futebol coletivo na base do Brasil. Isso ficou comprovado pela colocação de quarto lugar", disse.
"A primeira coisa é reunir com o Gallo para ele esclarecer a campanha do Brasil e ouvir sua justificativa", destacou.
Ao contrário do que fez com Gallo, Marin fez elogios ao trabalho que vem sendo realizado por Dunga no comando da seleção principal do Brasil, que ele classificou de "excelente". O dirigente lembrou que Dunga ainda não perdeu sequer uma partida desde sua volta ao comando da seleção.
No entanto, ele não deixou claro se Dunga assumirá a seleção olímpica em caso de demissão de Gallo, nem se o treinador da base deixaria também a coordenação das categorias de base da CBF.
Na Olimpíada de 2012, em Londres, a seleção brasileira foi dirigida pelo então técnico do time principal, Mano Menezes, e, o Brasil perdeu o ouro para o México na final em Londres.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier) 2015-02-12T162409Z_1006920001_LYNXMPEB1B0SU_RTROPTP_1_ESPORTES-OLIMP-GALLO-AMEACADO.JPG