Por Nelson Acosta
HAVANA (Reuters) - O governo da Colômbia e os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) deram nesta sexta-feira outro passo na direção de encerrar mais de meio século de conflito, ao concordarem com um protocolo de segurança supervisionado pela Organização das Nações Unidas (ONU), com um cronograma e com outros detalhes para desarmar um número estimado de 9 mil guerrilheiros.
O anúncio veio após as Farc e o governo do presidente Juan Manuel Santos assinarem em junho um acordo histórico no qual afirmam que concordaram em todas as principais questões e estabeleceram um cessar-fogo de facto, além de estabelecerem os parâmetros para que os rebeldes se desarmem e voltem à sociedade civil.
Pelo acordo, as tropas das Farc se reunirão em 26 locais da Colômbia e entregarão suas armas no prazo de seis meses após a entrada em vigor de um acordo de paz definitivo.
"As Farc terão entregue todas suas armas para as Nações Unidas dentro de 180 dias", disse Humberto de la Calle, principal negociador do governo, a jornalistas em Havana.
O acordo desta sexta-feira estipula que 50 integrantes das Farc terão liberdade para monitorar o processo nacionalmente, e outros 10 em cada uma das 26 localidades. Ainda pelo acerto, a ONU terá a palavra final em qualquer disputa.
Após mais de três anos de negociações sediadas em Cuba sobre questões espinhosas como reforma agrária, crimes de guerra e tráfico de drogas, os dois lados estão perto de um acordo final que será colocado em votação em um referendo. Se ratificado, o acordo colocará fim ao mais longo e o último conflito significativo de guerrilha no Hemisfério Ocidental.