🔥Ações selecionadas por IA com InvestingPro Agora com até 50% de descontoGARANTA JÁ SUA OFERTA

Hezbollah e Israel sugerem não ter a intenção de expandir a guerra em Gaza

Publicado 03.01.2024, 20:28
Atualizado 03.01.2024, 20:30
© Reuters. Manifestantes seguram celulares no ar durante protesto para condenar o assassinato do vice-líder do grupo islâmico palestino Hamas, Saleh al-Arouri,  em Amã, Jordânia
03/01/2024
REUTERS/Alaa Al Sukhni

Por Mohammad Azakir e Nidal al-Mughrabi e Arafat Barbakh

BEIRUTE/CAIRO/GAZA (Reuters) - O Hezbollah no Líbano e o Exército israelense fizeram declarações sugerindo que os dois inimigos declarados querem evitar o risco de uma propagação da guerra para além da Faixa de Gaza, após ataque de drone matar um vice-líder palestino do Hamas em Beirute.

Em discurso em Beirute nesta quarta-feira, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, prometeu que a sua poderosa milícia xiita apoiada pelo Irã não pode ficar em silêncio após o assassinato da autoridade do Hamas, Saleh al-Arouri, na terça-feira.

Nasrallah disse que as suas forças fortemente armadas lutariam até ao fim caso os israelenses decidissem estender a guerra ao Líbano, mas não fez ameaças concretas de agir contra Israel em apoio ao Hamas, aliado do Hezbollah também apoiado pelo Irã.

Israel não confirmou nem negou o assassinato de Arouri, mas prometeu aniquilar o Hamas, que governa Gaza, após o ataque transfronteiriço do grupo em 7 de outubro no qual autoridades israelenses afirmam que 1.200 pessoas foram mortas e cerca de 240 raptadas.

Questionado sobre o que Israel estava fazendo para se preparar para uma potencial resposta do Hezbollah, o porta-voz militar israelense, contra-almirante Daniel Hagari, disse: "Não responderei ao que você acabou de mencionar. Estamos focados na luta contra o Hamas".

Ao comentar o discurso de Nasrallah, o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, afirmou que "não vimos o Hezbollah saltar com os dois pés para apoiar e ajudar o Hamas."

Sob condição de anonimato, uma outra autoridade dos Estados Unidos sugeriu que nem o Hezbollah nem Israel queriam uma guerra.

"De tudo o que podemos dizer, não há um desejo claro de que o Hezbollah entre em guerra com Israel e vice-versa", disse a autoridade a jornalistas.

A morte de Arouri foi mais um sinal do potencial que a guerra de quase três meses tem de se espalhar para além de Gaza, atraindo a Cisjordânia ocupada por Israel, as forças do Hezbollah na fronteira Líbano-Israel e as rotas marítimas do Mar Vermelho.

Arouri, de  57 anos, que vivia em Beirute, foi o primeiro líder político do Hamas a ser assassinado fora dos territórios palestinos desde o início da ofensiva de Israel contra o grupo islâmico palestino após o ataque de 7 de outubro.

O Hezbollah está envolvido em confrontos quase diários com Israel através da fronteira sul do Líbano desde o início da guerra em Gaza. Nesta quarta-feira, uma autoridade local do Hezbollah e três outros membros foram mortos em ataque israelense ao sul do Líbano, disseram duas fontes de segurança à Reuters.

A morte de Arouri remove um grande nome da lista dos principais inimigos islâmicos mais procurados de Israel e pode levar os líderes exilados do Hamas a continuar na clandestinidade, dificultando os esforços de negociação para novos cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns.

CAMPO DE REFUGIADOS SOB FOGO

As forças israelenses continuaram os seus ataques aéreos e terrestres contra os militantes do Hamas em Gaza.

O número total registrado de mortos palestinos na ofensiva de Israel atingiu 22.313 até esta quarta-feira – quase 1% de sua população de 2,3 milhões de habitantes, disse o Ministério da Saúde de Gaza.

Os bombardeios israelenses arrasaram grande parte do enclave densamente povoado, causando um desastre humanitário. A maioria dos habitantes de Gaza ficou desabrigada, amontoada em áreas cada vez menores, na esperança de um abrigo rudimentar, e com escassez de alimentos.

Em seu briefing diário nesta quarta-feira, os Exército de Israel disse que "batalhas intensas" com militantes continuaram na principal cidade de Khan Younis, no sul de Gaza. 

Aviões israelenses lançaram panfletos sobre Al-Nusseirat ordenando às pessoas que abandonassem distritos.

Aviões de guerra e tanques israelenses também intensificaram  ataques ao campo de refugiados de Al-Bureij, no centro de Gaza. Moradores relataram que tanques que avançaram do leste e do norte cercaram duas escolas e soldados fizeram várias pessoas que se abrigavam lá dentro de prisioneiras. Eles também disseram estar preocupados com os atiradores de elite nos telhados.

Em Rafah, perto da fronteira sul de Gaza com o Egito, médicos afirmaram que um ataque com mísseis israelenses contra uma casa matou três pessoas. O Ministério da Saúde de Gaza também afirmou que um ataque aéreo israelense matou e feriu dezenas de pessoas no campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza.

© Reuters. Manifestantes seguram celulares no ar durante protesto para condenar o assassinato do vice-líder do grupo islâmico palestino Hamas, Saleh al-Arouri,  em Amã, Jordânia
03/01/2024
REUTERS/Alaa Al Sukhni

O Exército de Israel diz que tenta evitar danos aos civis e culpa o Hamas por incorporar combatentes em áreas residenciais, acusação que o grupo nega.

Os militares israelenses disseram que o número de soldados mortos desde a primeira incursão terrestre em 20 de outubro chegou a 177.

(Reportagem de Mohammad Azakir em Beirute, Nidal al-Mughrabi no Cairo, Arafat Barbakh em Gaza, Maayan Lubell na fronteira Israel-Gaza, Dan Williams e Emily Rose em Jerusalém e Trevor Hunnicutt e Jonathan Landay em Washington)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.