PARIS (Reuters) - Milhares de professores entraram em greve em toda a França nesta terça-feira para protestar contra as novas medidas concebidas para reformar o sistema educacional do país, mas, apesar da resistência, o presidente francês, François Hollande, prometeu levar as mudanças adiante.
A educação é uma área sensível para o governo já impopular de Hollande. Os 840 mil professores franceses são uma bastião de apoio tradicional para Hollande, mas a reforma proposta fez muitos deles se voltarem contra o presidente e o governista Partido Socialista.
Apontada como uma reação ao elitismo e uma forma de garantir um emprego mais justo dos recursos pedagógicos, a reforma recebeu críticas de sindicatos, da oposição conservadora, de setores da esquerda e até da Alemanha, que teme que o ensino de alemão seja prejudicado na França.
"Haverá uma reforma, e será uma que permita que todos sejam bem-sucedidos", disse Hollande em entrevista coletiva em Berlim, onde participou de conversas sobre mudança climática, ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel. Ele garantiu que o ensino de alemão é uma prioridade nas escolas francesas.
Enquanto os professores se reuniam para manifestações em Paris e em outras cidades, o Ministério da Educação divulgou cifras mostrando que cerca de um de cada quatro professores do ensino secundário afetados pela reforma está em greve.
O SNES-FSU, principal sindicato de educadores do ensino secundário da França, estimou a participação em 50 por cento.
(Por Ingrid Melander e Sophie Louet; reportagem adicional de Jessica Chen)