Por Michael Holden
LONDRES (Reuters) - Um homem foi levado a um tribunal de Londres nesta segunda-feira acusado por agentes antiterrorismo de uma tentativa de assassinato que o primeiro-ministro britânico, David Cameron, classificou como um "ataque hediondo" em uma estação do metrô da capital no último final de semana.
Usando uma camiseta e calça cinzas de moletom, Muhaydin Mire, de 29 anos, residente no leste de Londres, só falou para confirmar seu nome, sua idade e seu endereço à corte de Westminster.
De acordo com o promotor David Cawthorne, "ele estava agindo pela Síria".
Um homem não-identificado de 56 anos sofreu ferimentos sérios, mas sem correr risco de morte, no suposto esfaqueamento na estação de Leytonstone, cerca de 10 quilômetros ao leste do centro da cidade, e uma segunda pessoa teve ferimentos leves.
Na semana passada, aviões de guerra britânicos se uniram aos bombardeios contra combatentes do Estado Islâmico na Síria.
Após os atentados em Paris no dia 13 de novembro, que deixaram 130 mortos e foram assumidos pelo Estado Islâmico, a polícia londrina disse ter aumentado o número de policiais armados capazes de reagir a qualquer incidente.
O promotor Cawthorne declarou que o ataque em Leytonstone ocorreu na noite de sábado enquanto a vítima caminhava pela estação.
"Foi um ataque violento, demorado e sem provocação durante o qual a vítima foi esmurrada, atirada ao chão e chutada repetidamente", informou.
A vítima sofreu um corte de 12 centímetros no pescoço e passou por uma cirurgia de cinco horas, disse.
Mire foi colocado sob detenção preventiva e terá que comparecer ao Old Bailey, principal tribunal criminal de Londres, na sexta-feira.
"Obviamente é um ataque hediondo, e vimos todas as imagens a respeito e lemos a respeito", declarou Cameron aos repórteres em Burton-on-Trent, no centro da Inglaterra, onde fazia um discurso.
"Primeiramente, todo o crédito à pessoa e às pessoas que enfrentaram este agressor, e todo o crédito aos policiais muito corajosos que conseguiram dominá-lo".
Filmagens feitas logo após o incidente foram publicadas em redes sociais, e a frase "Você não é muçulmano, rapaz", que foi gritada por um observador da cena, se popularizou.
(Reportagem adicional de William James em Burton-on-Trent)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447765)) REUTERS TR