Por Ian Simpson
WASHINGTON (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, precisa abrir mão de seu hotel de luxo em Washington, que ocupa um edifício alugado do governo federal, porque o acordo viola leis de conflito de interesse, disseram parlamentares democratas nesta quarta-feira.
A Agência de Serviços Gerais dos EUA (GSA, na sigla em inglês), que administra propriedades do governo federal, incluindo o prédio do Antigo Correio que abriga o Trump International Hotel, concluiu que o aluguel irá descumprir as regras a partir do momento em que o empresário republicano tomar posse no dia 20 de janeiro, de acordo com uma carta dos congressistas à agência.
A carta diz respeito a um boletim de 8 de dezembro endereçado a funcionários do Congresso por uma autoridade da GSA que a carta não identificou.
"O vice-comissário deixou claro que o senhor Trump precisa se desfazer não somente de seu controle gerencial, mas de seu direito de posse também", disse o deputado Elijah Cummings, de Maryland, e três outros democratas na carta, que foi levada a público nesta quarta-feira.
O hotel fica a algumas quadras da Casa Branca e se tornou um polo de manifestantes anti-Trump desde que abriu em setembro. Ele é parte de uma rede de negócios que pode criar conflitos de interesse inéditos para o magnata, um empresário nova-iorquino do setor imobiliário e ex-apresentador de reality show.
A empresa de Trump não reagiu às preocupações da GSA a respeito do conflito em potencial, disseram os parlamentares democratas. A agência vem tratando do aluguel com Ivanka, filha de Trump que faz parte da equipe de transição presidencial, informaram.
Os congressistas opositores pediram à GSA documentos a respeito do aluguel, dos lucros e das projeções de gastos do hotel, além de memorandos legais sobre o conflito de interesse em potencial.
Trump disse que irá preparar documentos que irão desligá-lo das operações de negócios cotidianas e que irá abordar a questão do hotel em janeiro, disse seu porta-voz, Jason Miller, aos repórteres. Autoridades da GSA não responderam a um pedido de comentário.