TÓQUIO (Reuters) - O imperador Akihito do Japão fará um pronunciamento à nação na próxima segunda-feira, informou a Agência da Casa Imperial sexta-feira, na esteira de uma reportagem do mês passado segundo a qual ele quer abdicar "dentro de alguns anos".
O monarca de 82 anos, que passou por uma cirurgia cardíaca e foi tratado por um câncer de próstata nos últimos anos, expressou sua intenção de abdicar em alguns anos à agência, noticiou a emissora pública NHK em julho.
O pronunciado em vídeo será transmitido às 15h locais, disse a agência.
Os japoneses comuns simpatizam com o desejo de Akihito de ceder a posição ao príncipe Naruhito, mas tal medida seria inédita no Japão moderno, e a ideia desperta uma oposição ferrenha da base conservadora do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
Ultimamente Akihito vem reduzindo suas tarefas oficiais e sendo substituído por Naruhito, seu herdeiro de 56 anos.
Os conservadores já fizeram objeções à mudança na lei que permitiria que Akihito deixasse a função, citando problemas que vão de seu título e de um possível atrito com um novo imperador ao temor de que o próximo passo seria um rompimento com a tradição que permitiria que mulheres se tornassem imperadoras.
Naruhito só tem uma filha, e como só homens podem herdar o Trono de Crisântemo somente seu irmão, o príncipe Akishino, poderia sucedê-lo, e depois seu sobrinho Hisahito, hoje com nove anos.
A família imperial não testemunhava o nascimento de nenhum filho homem há mais de quatro décadas até a chegada de Hisahito, o que desencadeou uma discussão sobre uma herança igualitária para as mulheres, uma medida rejeitada pelos tradicionalistas ansiosos por preservar uma linhagem masculina que acreditam remontar a mais de dois mil anos.
(Por Stanley White)