Por Gloria Dickie
LONDRES (Reuters) - As turfeiras da Indonésia, as florestas da Califórnia e, agora, vastas áreas úmidas argentinas foram devastadas por incêndios florestais extremos, anunciando um futuro ardente e a necessidade urgente de evitá-los.
Com as mudanças climáticas provocando secas e agricultores desmatando florestas, a expectativa é de que o número de incêndios florestais extremos aumente 30% nos próximos 28 anos. E agora estão queimando ambientes que não eram propensos a queimar no passado, como a tundra do Ártico e a floresta amazônica.
"Vimos um grande aumento nos incêndios recentes no norte da Síria, norte da Sibéria, lado leste da Austrália e Índia", disse o cientista de incêndios florestais do governo australiano Andrew Sullivan, editor de relatório, divulgado nesta quarta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e grupo de comunicação ambiental GRID-Arendal.
Ao mesmo tempo, o lento desaparecimento das noites frias e úmidas que antes ajudavam a moderar os incêndios também significa que eles estão ficando mais difíceis de extinguir, de acordo com um segundo estudo publicado na semana passada na revista Nature.
Com as temperaturas noturnas subindo mais rápido do que as diurnas nas últimas quatro décadas, os pesquisadores mostraram um aumento de 36% no número de horas após o anoitecer que eram quentes e secas o suficiente para sustentar o fogo.
"Este é um mecanismo que deixa os incêndios muito maiores e mais extremos", disse Jennifer Balch, principal autora do estudo da Nature e diretora do Laboratório da Terra da Universidade do Colorado Boulder.
As consequências de incêndios extremos são amplas, desde perdas e danos até uma resposta cara de combate a incêndios. Somente nos Estados Unidos, segundo relatório do Pnuma, o ônus econômico dos incêndios florestais chega a 347 bilhões de dólares anualmente.