SÃO PAULO (Reuters) - O Instituto Lula, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira que sua sede na zona sul de São Paulo foi alvo de um ataque político com um artefato explosivo atirado contra o prédio por uma pessoa dentro de um carro, sem deixar feridos.
"Por volta das 22h desta quinta-feira, a sede do Instituto Lula, em São Paulo, foi alvo de um ataque político com artefato explosivo. O objeto foi arremessado contra o prédio do instituto de dentro de um carro. Felizmente, não houve feridos", disse o instituto em nota.
"O Instituto Lula já comunicou as polícias civil e militar, o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo e o ministro da Justiça, e espera que os responsáveis sejam identificados e punidos", acrescentou a nota.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que uma pequena bomba de fabricação caseira foi lançada no Instituto Lula e que o secretário Alexandre de Moraes conversou com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
"Houve danos materiais de pequena monta e não há feridos", disse a secretaria em nota, acrescentando que as investigações já começaram.
Cardozo afirmou em entrevista coletiva no Rio de Janeiro que a Polícia Federal vai colaborar "no que for necessário para termos um bom resultado de investigação e tomar as medidas protetivas necessárias".
Lula é alvo de uma investigação do Ministério Público Federal no Distrito Federal que apura se o ex-presidente praticou tráfico de influência para beneficiar a empreiteira Odebrecht em contratos com governos estrangeiros. O Instituto Lula nega as acusações.
O ex-presidente também tem sido alvo de reportagens da revista Veja afirmando que ele estaria envolvido no bilionário esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4), investigado pela operação Lava Jato, que tem executivos da Odebrecht entre os réus. Lula anunciou que entrou com ação judicial contra a publicação.
O ex-presidente também teve um pedido de habeas corpus, feito por uma pessoa sem ligação com Lula e à sua revelia, para que não fosse preso na Lava Jato. O pedido foi negado pela Justiça e os advogados de Lula também pediram que o pedido fosse rejeitado.
(Por Eduardo Simões; Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)