DUBAI (Reuters) - O Irã deu início a uma campanha de repressão nas redes sociais na Internet, prendendo modelos com perfis ativos em sites de compartilhamento de fotos e o administrador de um blog desde que o líder supremo do país declarou guerra aos pensamentos não islâmicos presentes na rede.
Oito membros de uma rede de modelos foram presos e acusados de publicar fotos de mulheres sem o véu de cabeça obrigatório, o hijab, no Instagram, informou a agência de notícias Tasnim no domingo.
A televisão estatal também transmitiu ao vivo "confissões" de uma modelo que explicou ter postado fotos de si mesma no Instagram usando certas roupas ou produtos de beleza para ganhar dinheiro com comerciais.
A agência de notícias estudantil semioficial Isna também relatou nesta segunda-feira a prisão de Mehdi Butorabi, de 53 anos, que gerencia o popular Persian Blog, lançado em 2001, e que é o equivalente iraniano do Blogger.
O site proporciona uma plataforma vibrante e diversificada para milhares de jovens iranianos expressarem suas ideias.
O Centro de Investigação do Crime Organizado, uma divisão da Guarda Revolucionária, monitora as redes sociais em busca de indícios de imoralidade ou subversão.
O Irã impede o acesso a Facebook, Twitter e YouTube, mas milhões de cidadãos contornam facilmente o bloqueio usando redes privadas virtuais.
No sábado, o aiatolá Ali Khamenei, autoridade máxima do Irã, disse que a Internet está incentivando pensamentos não islâmicos que devem ser enfrentados de imediato.
(Por Bozorgmehr Sharafedin)