QAYYARA, Iraque (Reuters) - O Exército do Iraque invadiu neste sábado uma cidade cristã que estava sob controle do Estado Islâmico desde 2014, parte de operações apoiadas pelos Estados Unidos para liberar as entradas de Mosul, o último grande bastião urbano dos militantes no Iraque.
O avanço ocorreu no momento em que o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, chegava a Bagdá em visita para se reunir com o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, e avaliar a campanha iniciada na segunda-feira com auxílio aéreo e terrestre da coalizão encabeçada pelos EUA.
Um comunicado dos militares informou que unidades do Exército do Iraque entraram no centro de Qaraqosh, cerca de 20 quilômetros a sudeste de Mosul, e estavam realizando operações para terminar de liberar a cidade, da qual toda a população foi retirada em 2014, quando o Estado Islâmico varreu a região.
No início desta semana, unidades especiais iraquianas capturaram Bartella, vilarejo cristão ao norte de Qaraqosh.
A ofensiva em Mosul deve se tornar a maior batalha travada em solo iraquiano desde a invasão comandada pelos EUA em 2003. O Estado Islâmico também controla partes da Síria.
O Exército também está tentando avançar do sul e do leste, enquanto combatentes curdos peshmerga estão mantendo frentes no leste e no norte.
Na sexta-feira um fotógrafo da Reuters na frente sul viu colunas de fumaça saindo de uma fábrica de enxofre próxima que esteve ocupada pelo Estado Islâmico e que fica perto da cidade de Qayyara, enchendo o ar de gases tóxicos.
O escritório de mídia do Exército disse que cerca de 50 vilarejos foram tomados dos militantes desde segunda-feira em operações de preparação para a principal arremetida na cidade de Mosul propriamente dita, onde entre 5 e 6 mil jihadistas estão entrincheirados, de acordo com estimativas dos militares iraquianos.
"É o início da campanha. Realmente estamos com um sentimento positivo em relação à maneira como as coisas começaram, em particular dada a natureza complicada desta operação", disse uma autoridade dos EUA que informou os repórteres antes da viagem de Carter a Bagdá.
Durante uma visita a Ancara na sexta-feira, Carter indicou seu endosso a um possível papel para a Turquia na campanha e disse ter havido um entendimento em princípio entre Bagdá e Ancara, o que pode pôr fim a uma fonte de tensão.
(Por Thaier al-Sudani e Phil Stewart)