LONDRES (Reuters) - Jo Johnson, irmão caçula do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, renunciou a um cargo no governo e disse que também deixará de atuar como parlamentar, citando um conflito entre a lealdade familiar e o interesse nacional.
A renúncia surpreendente ocorre dias depois de o premiê expulsar 21 parlamentares de seu Partido Conservador por não apoiarem a estratégia do governo para a separação britânica da União Europeia, inclusive o neto de Winston Churchill e um ex-ministro das Finanças.
Desde que tomou posse, em julho, Boris Johnson vem tentando induzir o Partido Conservador, que está profundamente dividido sobre o Brexit, a endossar sua estratégia para uma desfiliação no dia 31 de outubro, com ou sem um acordo.
Jo Johnson, de 47 anos, já havia expressado seu apoio a um segundo referendo para o país decidir se deve realmente sair da UE, mas aceitou um alto cargo no Departamento de Negócios e Educação quando seu irmão assumiu como premiê.
"Foi uma honra representar Orpington durante 9 anos e servir sob três primeiros-ministros", escreveu ele no Twitter.
"Nas últimas semanas, fiquei dividido entre a lealdade familiar e o interesse nacional -- é uma tensão insolúvel, e é hora de outros assumirem meus papéis como membro do Parlamento e ministro".
Não ficou claro de imediato se ele renunciará como parlamentar já ou se simplesmente não concorrerá à reeleição. Ele representa o eleitorado de Orpington, em Kent, no sudeste da Inglaterra, desde 2010, e ocupou vários cargos ministeriais.
(Por Guy Faulconbridge)