Por Nidal al-Mughrabi e Stephen Kalin
GAZA/CAIRO (Reuters) - Israelenses e palestinos concordaram nesta segunda-feira em ampliar a trégua na Faixa de Gaza por mais 24 horas, informaram autoridades dos dois lados em negociação, minutos antes de um cessar-fogo mediado pelo Egito expirar.
O acordo foi obtido mesmo em meio a desavenças em temas essenciais, que continuam prejudicando as iniciativas para se alcançar um entendimento duradouro entre Israel e os grupos militantes na Faixa de Gaza, dominada pelos islâmicos do Hamas, o que permitiria a chegada de ajuda para reconstruir o território depois de cinco semanas de combates.
A guerra terminou de fato há mais de uma semana, quando os egípcios mediaram uma trégua de três dias que em seguida obteve mútua concordância para ser ampliada em mais cinco dias, até as 18h desta segunda-feira (horário de Brasília).
Uma autoridade palestina familiarizada com as conversas no Cairo disse que a mais recente prorrogação dará aos dois lados mais tempo "para completar as negociações".
Um funcionário israelense e uma fonte de segurança afirmaram em Jerusalém que "a pedido do Egito, o cessar-fogo será ampliado por 24 horas para permitir mais negociações".
Em Gaza, uma autoridade palestina de alto escalão afirmou que se chegou a um acordo em quase todos os temas, menos dois pontos abordados pelo Egito para um entendimento mais amplo, incluindo a abertura da passagem de Gaza para possibilitar um fluxo maior de bens e a ampliação dos limites marítimos no Mar Mediterrâneo.
Entre os temas ainda em debate estão as exigências do Hamas para abrir um porto e um aeroporto, que Israel disse que só irá discutir mais adiante, além da libertação de presos palestinos detidos pelos israelenses, e a entrega dos restos mortais de dois soldados de Israel mortos em combate e de posse do Hamas, afirmou uma fonte palestina.
Antes do fim da trégua anterior, Israel deixou claro que continuará com o cessar-fogo contanto que os palestinos façam o mesmo.
"Se atirarem em nós, reagiremos", afirmou à rádio Israel a ministra da Justiça, Tzipi Livni, que também faz parte do gabinete de segurança do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O Ministério da Saúde palestino estimou o saldo de mortos de seu lado em 2.016 e disse que a maioria era civil. Do lado israelense, 64 soldados israelenses e três civis foram mortos.
(Reportagem adicional de Allyn Fisher-Ilan, em Jerusalém; e de Maggie Fick, no Cairo)