Por Luke Baker
JERUSALÉM (Reuters) - Autoridades de Israel saudaram nesta sexta-feira o que viram como um consentimento para ampliar seus assentamentos depois que a Casa Branca reverteu uma política já antiga de criticar as construções em terras ocupadas.
Em seu primeiro anúncio substantivo sobre o conflito israelo-palestino, o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, disse que não crê que os assentamentos impeçam a paz com os palestinos, embora tenha reconhecido que "a expansão dos assentamentos existentes para além de suas fronteiras atuais pode não ser útil para a conquista deste objetivo".
De certa forma, o comunicado pareceu uma tentativa de refrear o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que anunciou planos para uma expansão abrangente de assentamentos desde a posse de Trump em 20 de janeiro, incluindo cerca de 6 mil novas casas.
Mas olhando mais atentamente, o informe é um abrandamento em relação à gestão Obama e mesmo à de George W. Bush, porque não considera os assentamentos um obstáculo para a paz nem descarta sua ampliação dentro das quadras já existentes.
"Netanyahu ficará feliz", disse um diplomata israelense veterano em uma mensagem de texto. "Praticamente uma carta branca para construirmos o quanto quisermos em assentamentos existentes, contanto que não aumentemos fisicamente os hectares. Nenhum problema nisso".
A vice-ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Hotovely, colega de Netanyahu no partido de direita Likud, interpretou a comunicação da mesma maneira, dizendo que as construções na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, que os palestinos querem para seu próprio Estado juntamente com Gaza, irão prosseguir sem freios.
Não houve comentário dos palestinos de imediato.