Israel cessou o processamento de pedidos de importações comerciais de alimentos para Gaza, impactando um sistema que forneceu mais da metade dos suprimentos alimentares do território nos últimos seis meses.
Desde segunda-feira, comerciantes baseados em Gaza não conseguem acessar o sistema gerenciado pelo Cogat, o órgão israelense que supervisiona a ajuda e as remessas comerciais, e não receberam respostas às suas consultas.
Essa interrupção resultou em uma redução significativa de mercadorias entrando em Gaza, com os níveis atuais no ponto mais baixo desde o início do conflito. Dados oficiais israelenses indicam que de 01.10.2022 a 16.10.2022, a média diária de remessas para Gaza caiu para 29 caminhões, um contraste marcante com os 175 caminhões por dia entre maio e setembro.
De acordo com duas fontes, a interrupção nas remessas comerciais pode ser devido a preocupações de que o Hamas, o grupo militante em Gaza, esteja lucrando com essas importações, uma alegação que o Hamas nega.
A diminuição nas importações comerciais coincide com uma nova operação militar israelense no norte de Gaza que interrompeu a ajuda humanitária. O Programa Mundial de Alimentos relatou no domingo que a operação bloqueou as entregas de ajuda através dos cruzamentos do norte por pelo menos duas semanas este mês.
Antes do conflito, aproximadamente 500 caminhões entravam em Gaza diariamente com uma mistura de ajuda e bens comerciais. No entanto, as importações comerciais enfrentaram desafios, incluindo saques e altos custos de transporte, tornando essas mercadorias inacessíveis para muitos em Gaza. Um grupo de comerciantes recebeu prioridade para aprovações de importação, e houve relatos de permissões sendo vendidas por taxas significativas.
A plataforma online do Cogat para solicitações de importação parou de funcionar, e mensagens para o Cogat ficaram sem resposta. A última remessa substancial de bens comerciais foi em 01.10.2022, com apenas um pequeno fluxo de caminhões do setor privado registrado desde então.
As entregas de ajuda também foram afetadas, com rotas através do Egito e da Jordânia enfrentando interrupções devido a preocupações de segurança e novas regulamentações aduaneiras. Um compromisso entre Israel e a ONU foi alcançado em relação à regra aduaneira, mas as entregas de ajuda da Jordânia diminuíram após as recentes hostilidades no norte de Gaza.
Em meio a esses desenvolvimentos, a Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar emitiu um alerta sobre o potencial dobro de indivíduos enfrentando fome "catastrófica" em Gaza. A situação atraiu críticas internacionais e ameaças dos Estados Unidos de reter apoio militar a Israel.
O Cogat afirmou que Israel continua permitindo a entrada de caminhões de ajuda em Gaza, inclusive através dos cruzamentos do norte, mas não forneceu respostas detalhadas às consultas sobre a situação. Os desafios na entrega de alimentos suficientes para os 2,3 milhões de residentes de Gaza, muitos dos quais foram deslocados pelo conflito, permanecem uma questão contenciosa.
A Reuters contribuiu para este artigo.
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