Por Crispian Balmer e Steve Scherer
ROMA (Reuters) - A Itália manteve planos de enviar centenas de imigrantes à Espanha em um pequeno comboio naval nesta terça-feira, após fechar seus portos, gerando uma guerra verbal com a França que expôs as tensões na União Europeia sobre imigração.
Cerca de 629 imigrantes, incluindo 11 crianças e 7 mulheres grávidas, estão à deriva no Mediterrâneo a bordo do navio de resgate Aquarius desde domingo, quando tanto a Itália quanto Malta se recusaram a deixá-los atracar.
A Espanha inesperadamente se ofereceu na segunda-feira para receber o grupo formado em maioria por africanos subsaarianos, que foram resgatados na costa da Líbia durante o fim de semana. Mas o Aquarius está sobrecarregado, tornando particularmente perigosa a viagem de quatro dias à Espanha.
Para superar o problema, dois barcos italianos foram em direção ao Aquarius nesta terça-feira para receber imigrantes antes de seguirem para oeste, em meio às previsões de tempestades.
Enquanto isto, a única embarcação de ajuda deixada para patrulhar a costa da Líbia –uma base para traficantes de pessoas – informou que um naufrágio de imigrantes havia deixado ao menos 12 mortos.
A viagem de ida e volta do Aquarius à Espanha irá demorar cerca de 10 dias, deixando o Sea Watch 3, de bandeira holandesa, sozinho na costa da Líbia procurando por imigrantes.
Um navio da Marinha dos Estados Unidos enviou rádio à Sea Watch nesta terça-feira para informar que havia recolhido 12 corpos e 41 sobreviventes de uma embarcação de borracha naufragada.
“Isto mostra o que acontece quando não há meios de resgate suficientes no mar”, disse o porta-voz da Sea Watch, Ruben Neugebauer.