ROMA (Reuters) - A Marinha italiana disse nesta quinta-feira que acredita ter encontrado os destroços de um barco que afundou no mês passado na costa da Líbia provocando as mortes de até 900 imigrantes, no pior desastre registrado no Mediterrâneo de que se tem conhecimento.
Apenas 24 corpos foram recuperados desde a tragédia em 18 de abril, e a descoberta dos destroços a 375 metros de profundidade a cerca de 135 quilômetros a norte da Líbia pode aumentar consideravelmente as chances de encontrar mais vítimas.
As equipes de busca com dois navios especializados e uma embarcação militar menor usaram instrumentos de sonar e um submersível para localizar o barco azul de 25 metros que condiz com a descrição da embarcação que afundou, informou a Marinha em comunicado.
Perguntado se as autoridades italianas acreditam ter encontrado o barco dos imigrantes, um porta-voz da Marinha responder: "Sim... A localização e comprimento estão corretos, mas não podemos ter certeza".
A ausência do Estado na Líbia, onde dois governos rivais disputam o controle, deixou o caminho praticamente livre para os traficantes de pessoas. Dois sobreviventes do desastre foram presos na ilha italiana da Sicília no mês passado por suspeita de fazer tráfico de pessoas no barco.
Após entrevistas com sobreviventes, promotores concluíram que mais de 750 pessoas provavelmente estariam a bordo, muitas presas no porão. Outros relatos sugerem que o número de mortos pode chegar a 900. Apenas 28 pessoas foram salvas.