Por Alistair Smout e William James
LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse nesta sexta-feira que espera que a Inglaterra não precise seguir o exemplo do País de Gales e da Irlanda do Norte impondo em novo lockdown após o Natal para evitar a disseminação crescente da Covid-19.
País de Gales e Irlanda do Norte delinearam planos para retomar um lockdown após o Natal para controlar as taxas de infecção, o que criou rumores de que a Inglaterra pode fazer o mesmo.
"Obviamente, estamos torcendo muito para conseguirmos evitar algo assim", disse Johnson a repórteres. "Mas a realidade é que as taxas de infecção aumentaram muito nas últimas semanas".
Mais cedo, o ministro da Educação, Nick Gibb, disse que nada está descartado, mas defendeu o sistema escalonado de restrições por crer que ele funciona bem.
Parcelas da população inglesa, incluindo os londrinos, estão submetidos ou serão em breve ao nível mais elevado de restrições antes de um lockdown, que exige que todos os estabelecimentos de hospitalidade, como pubs e restaurantes, só trabalhem com entregas.
Dados divulgados nesta sexta-feira mostraram que as infecções estão em disparada. O Escritório de Estatísticas Nacionais de Infecção disse que os casos aumentaram desde que o lockdown nacional mais recente da Inglaterra terminou no dia 2 de dezembro.
Os rumores de restrições mais rígidas chegam no momento em que o Reino Unido se prepara para relaxar todas as medidas para o Natal.
Johnson resistiu à pressão para mudar a lei, mantendo a promessa de permitir que membros de três residências se reúnam durante cinco dias na semana que vem, mas exortando as pessoas a praticarem cautela extrema.
John Edmunds, epidemiologista da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e membro do Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências do governo, disse que o afrouxamento natalino é um risco, já que a prevalência ainda é alta.
"Não parece que o sistema de escalas está contendo a onda epidêmica, infelizmente", disse ele à rede Sky News. "Acho que teremos que analisar estas medidas e talvez endurecê-las".
(Reportagem adicional de Michael Holden)