SÃO PAULO (Reuters) - O Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) foi reacreditado pela Agência Mundial Antidoping (Wada) nesta quarta-feira e poderá realizar os testes dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, informou o Ministério do Esporte.
O laboratório, localizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), perdeu a certificação da Wada em 2013 devido à defasagem de equipamentos que não poderiam ser usados para realizar as análises conforme os padrões exigidos pela Wada.
"A partir de hoje, o LBCD passa a poder receber as amostras e fazer a análise, o que significa que muito rapidamente as próprias análises da ABCD, que hoje mandamos para os outros laboratórios, poderão ser enviadas para o Rio de Janeiro. É um privilégio que apenas 30 países têm", disse o secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Marco Aurelio Klein, segundo comunicado do ministério.
O anúncio da reacreditação do laboratório brasileiro foi realizado em Montreal, no Canadá, depois de um processo que começou em 2014, ano em que o LBCD inaugurou sua nova sede na UFRJ, construída com investimento de 106 milhões de reais do Ministério do Esporte e 28 milhões de reais do Ministério da Educação.
O ministro do Esporte, George Hilton, presente na reunião, afirmou que a Wada solicitou "alguns passos complementares para manter o nível de excelência" da atividade.
"Nós vamos lutar para implementá-los o mais brevemente possível. Estes pontos são a criação de um tribunal de apelação e o empoderamento da ABCD como única responsável pelo controle de dopagem no Brasil", disse Hilton.
A reacreditação do LBCD é especialmente importante devido à realização da Olimpíada de 2016 no Rio, uma vez que durante a Copa do Mundo de 2014 os exames antidoping precisaram ser feitos em Lausanne, na Suíça. A expectativa é que o laboratório seja bastante exigido já em 2015. A partir de julho, o país organizará um total de 44 eventos-teste, nos quais serão realizados exames de controle de dopagem.
O LBCD também já começou a trabalhar com o passaporte biológico em 37 atletas brasileiros, processo que permite o acompanhamento do padrão de sangue ou urina ao longo de um período maior de tempo, de acordo com a nota do ministério.
A diretora do escritório da América Latina e do Caribe da Wada, Maria José Pesce, ressaltou que a avaliação da entidade é constante e que o laboratório brasileiro terá que, por exemplo, realizar um mínimo de 3 mil exames por ano, além de controlar a qualidade dos processos.
"Os atletas precisam ter a garantia de que as amostras analisadas no LBCD estão de acordo com o padrão internacional da Wada", afirmou ela.
(Por Tatiana Ramil) OLBRSPORT Reuters Brazil Online Report Sports News 20150513T182816+0000