(Reuters) - O compositor e poeta Leonard Cohen morreu dormindo após sofrer uma queda em sua casa de Los Angeles no meio da noite, disse seu empresário.
"A morte foi súbita, inesperada e pacífica", contou Robert Kory em um comunicado publicado no site Cohencentric.
Cohen, o homem de letras da música cujas canções fundiam imagens religiosas com temas de redenção e desejo sexual, morreu no dia 7 de novembro, aos 82 anos. Não se informou a causa de seu falecimento quando foi anunciado em sua página de Facebook três dias depois.
Cohen foi enterrado em Montreal em um caixão de pinheiro sem adornos junto a seu pai e sua mãe, disse seu filho, Adam, no Facebook no domingo.
"Enquanto escrevo, penso na mistura única de autodepreciação e dignidade de meu pai, em sua elegância acessível, em seu carisma sem audácia, em seu cavalheirismo antiquado e na torre de seu trabalho, forjada à mão", escreveu Adam Cohen.
Nascido em 1934 em uma família judia e criado em um bairro abastado de fala inglesa de Quebec, Cohen leu obras do poeta espanhol Federico García Lorca na adolescência, e mais tarde batizou sua filha de Lorca. Ele aprendeu a tocar violão com um músico de flamenco e montou uma banda de música country chamada Buckskin Boys.
Cohen se mudou para Nova York em 1966, aos 31 anos, para se iniciar na indústria musical. Dentro de pouco tempo os críticos já o comparavam a Bob Dylan pela força lírica de suas composições musicais.
Embora tenha influenciado muitos músicos e recebido muitas honrarias, entre elas a inclusão no Hall da Fama do Rock & Roll e a Ordem do Canadá, Cohen raramente chegava às paradas musicais com seu folk-rock às vezes melancólico.
Seus admiradores mais ardentes compararam suas obras com profecias espirituais. Ele cantava sobre religião, com referências a Jesus Cristo e tradições judaicas, e também sobre amor e sexo, revolta política, arrependimento e o que certa vez chamou de busca por "um tipo de equilíbrio no caos da existência".
A canção mais famosa de Cohen, "Hallelujah", na qual evocou o rei bíblico Davi e traçou paralelos entre o amor físico e um desejo de conexão espiritual, foi cantada por centenas de artistas desde seu lançamento em 1984.
Entre outras canções conhecidas de Cohen estão "Suzanne", "So Long, Marianne", "Famous Blue Raincoat" e "The Future", gravação apocalíptica de 1992 na qual entoa sombriamente: "Eu vi o futuro, irmão/é de matar."
(Por Brendan O'Brien em Milwaukee) 2016-11-17T142047Z_1_LYNXMPECAG0VN_RTROPTP_1_BRITAIN.JPG