Por Hussein Alwaaile e Aziz Taher
YATER, Líbano (Reuters) - Os aldeões que vivem da terra no sul do Líbano se apressam para semear suas colheitas, recuperando o tempo perdido após semanas de hostilidades com Israel que os forçaram a perder o início da temporada de plantação.
"Trabalho com isto, produzo com isto, vivo com isto", disse Zaynab Suweidan enquanto semeava trigo no vilarejo de Yater, numa área atingida por ataques israelenses durante fortes trocas de tiros com o Hezbollah do Líbano.
Após suportar a pior violência desde a guerra de 2006, a área tem estado bastante calma desde sexta-feira, quando Israel e o grupo palestino Hamas concordaram com uma trégua temporária para o conflito que têm travado a cerca de 200 quilômetros de distância, dentro e ao redor de Gaza.
Essa guerra, que eclodiu em 7 de outubro, espalhou-se rapidamente pelo Líbano, com o Hezbollah, apoiado pelo Irã, disparando contra posições israelenses na fronteira e Israel lançando ataques aéreos e de artilharia em resposta.
Israel e o Hamas concordaram em prolongar a trégua por um dia nesta quinta-feira, trazendo um sétimo dia de trégua.
Enquanto um drone zumbia no céu acima dela, Suweidan disse que permaneceu em casa durante as hostilidades, mesmo após sofrer alguns danos.
"Ocorreram bombardeios ao nosso redor e os aviões lançaram dois ataques perto de nós, e ficamos em nossa casa e não saímos. Queremos permanecer firmes", disse ela.
As colheitas deveriam ter sido plantadas no início de novembro, mas ela espera que o atraso não afete o rendimento: "Por meio do poder de Deus, tudo ficará bem".
Cultivar as terras tornou-se ainda mais importante para muitos no Líbano desde que a economia entrou em colapso nem uma crise financeira devastadora há mais de quatro anos.
Mousa Kawrani, um homem de 55 anos, pai de quatro filhos, que plantava trigo, feijão e ervilhas, disse que as pessoas precisam cultivar porque não tinham dinheiro para comprar tudo o que necessitam.
"Temos que cultivar. Não podemos ficar sem cultivar."