Por Ju-min Park
SEUL (Reuters) - O homem que se tornou o 14º paciente a contrair a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) na Coreia do Sul esperou dois dias e meio por um leito na sala de emergência de um importante hospital de Seul, um tempo comum nos sofisticados centros médicos da cidade.
Enquanto o paciente estava com suspeita de Mers, cerca de 900 funcionários do hospital, visitantes e pacientes passaram pelo pronto socorro.
Desses, 55 foram infectados com a síndrome, incluindo quatro pacientes idosos que morreram, enquanto que o resto está em quarentena, colocando o hospital no centro de um surto que já infectou 126 pessoas e matou 10.
O Ministério da Saúde sul-coreano anunciou na sexta-feira (horário local) mais quatro casos da doença, no maior surto de Mers fora da Arábia Saudita. Os 10 mortos já tinham problemas sérios de saúde anteriormente.
A Coreia do Sul tem um sistema sofisticado de saúde e de seguro universal. Mas há lacunas, incluindo o costume de esperar por dias por leitos no hospital mais conceituado, bem como o costume de famílias fazerem longas visitas a parentes internados, muitas vezes prestando cuidados informais de enfermagem.
Esse comportamento pode estar ajudando a espalhar o vírus muitas vezes mortal da Mers, o que tem gerado pressão para mudanças. O Ministério da Saúde da Coreia do Sul prometeu corrigir os gargalos das alas de emergência.
"Vamos fazer um plano para acabar com o uso da ala de emergência como sala de espera para aqueles que estão tentando ser atendidos", disse o chefe de políticas do ministério, Kwon Deok-Cheol, nesta quinta-feira, sem dar detalhes.