Por Karen Lema e Martin Petty
MANILA (Reuters) - O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse nesta quinta-feira que irá emitir um decreto para recorrer ao apoio dos militares em sua guerra às drogas ilícitas, que ele disse ser uma ameaça à segurança nacional, e que irá "matar mais" pessoas se tiver que fazê-lo.
O líder intempestivo descartou declarar uma lei marcial e disse que não precisa de poderes extraordinários, mas que deseja empregar as Forças Armadas das Filipinas no combate às drogas porque não pode mais confiar nas agências de cumprimento da lei.
Todas as operações antidrogas da polícia foram suspensas na segunda-feira devido à corrupção profundamente enraizada. Duterte colocou a Agência de Repressão às Drogas no comando da campanha e afirmou que quer as Forças Armadas em um papel coadjuvante.
"Eu ainda tenho que redigir seja uma proclamação ou um decreto presidencial mas trouxe as Forças Armadas e abordei o assunto das drogas como uma ameaça à segurança nacional para poder conclamar as Forças Armadas a auxiliarem", disse ele durante um discurso em Davao.
"Tenho mão de obra limitada, mas muitas guerras para lutar".
O ex-prefeito disse que a polícia e o Escritório Nacional de Investigação, subordinado ao Ministério da Justiça, não são confiáveis e prometeu "uma purificação, um expurgo".
Duterte não explicou qual seria o âmbito de atuação dos militares na campanha antidrogas, nem deu qualquer indicação sobre o número de soldados que seriam envolvidos, mas disse serem necessários.
Cerca de 7.600 pessoas foram mortas desde que Duterte iniciou sua guerra às drogas sete meses atrás, mais de 2.500 no que a polícia afirmou terem sido tiroteios durante batidas e infiltrações.