PARIS (Reuters) - O presidente francês, Emmanuel Macron, pode ficar aquém de uma maioria absoluta na Assembleia Nacional, o que representaria um grande obstáculo para suas reformas planejadas para o segundo mandato, mostrou uma pesquisa menos de duas semanas antes do primeiro turno de votação.
A pesquisa IFOP publicada na terça-feira pela emissora LCI mostrou que o campo de centro de Macron ainda seria o grupo mais forte na próxima câmara baixa da França, com 27% dos votos se traduzindo em 275 a 310 dos 577 assentos.
No entanto, foi a primeira pesquisa a projetar que o presidente reeleito em abril, cujos parlamentares até agora controlavam a Assembleia Nacional por uma margem confortável, pode ficar aquém dos 289 assentos necessários para uma maioria absoluta.
A votação para as eleições legislativas é especialmente complicada, com um segundo turno possível em cada um dos 577 distritos eleitorais se nenhum candidato obtiver 50% no primeiro turno --e diferentes dinâmicas levando a diferentes alianças dependendo de quem chega ao segundo turno.
Mas um governo minoritário --um cenário incomum na França que o sistema de votação em dois turnos visa evitar-- seria um grande revés para Macron e poderia complicar sua capacidade de aprovar leis, incluindo seu plano impopular de aumentar a idade de aposentadoria.
Uma opção para a coalizão de partidos de centro, recentemente renomeada como "Ensemble!" (Juntos), seria buscar ampliar ainda mais sua aliança, alcançando os conservadores com vistas à formação de uma coalizão.
A equipe de Macron não comentou sobre esse possível cenário e insiste que tem como alvo a maioria.
(Reportagem de Tassilo Hummel)