BOGOTÁ (Reuters) - Pelo menos seis líderes do grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) viajaram para Cuba para se unirem às negociações de paz mantidas há dois anos com o governo da Colômbia, que suspendeu as operações militares em três regiões do país para facilitar a partida deles, disseram nesta terça-feira fontes próximas ao processo de diálogo.
Entre os líderes das Farc que deixaram o país rumo a Havana está Felix Antonio Muñoz, conhecido como Pastor Alape, um dos sete membros do secretariado, o principal órgão de liderança política e militar do grupo rebelde, segundo as fontes.
Com a chegada de Muñoz estarão em Cuba três membros do secretariado, como parte da equipe de negociação da guerrilha. Já estão na ilha Iván Márquez e Pablo Catatumbo.
Viajaram também para Cuba Carlos Antonio Lozada, segundo no comando do Bloco Oriental, e Edgar López, conhecido como "Pacho Chino", chefe do Bloco Ocidental, além de três líderes rebeldes pertencentes a estruturas guerrilheiras do sudoeste do país.
O governo do presidente Juan Manuel Santos já havia pedido à Procuradoria Geral que suspendesse os mandados de prisão de mais de 30 membros das Farc para facilitar sua ida para a ilha caribenha, onde estão negociando um acordo para acabar com meio século de um conflito que deixou mais de 200 mil mortos.
Há duas semanas foi revelado que o mais alto comandante das Farc, Rodrigo Londoño, esteve por duas vezes em Cuba com seus negociadores, em viagem autorizada pelo governo colombiano como parte das negociações de paz, embora não tenha participado da mesa de conversações nem se reunido com representantes de Santos.
Esta situação provocou fortes críticas ao governo e ao processo de paz por parte do ex-presidente Álvaro Uribe, o principal opositor da negociação, que mais uma vez questionou Santos por suspender as operações militares contra a guerrilha.
Reportagem de Luis Jaime Acosta)