Por Doina Chiacu
WASHINGTON (Reuters) - O senador norte-americano John McCain pediu nesta segunda-feira ao pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos Donald Trump que peça desculpa às famílias de militares do país por ter dito que prisioneiros de guerra não são heróis, em sua primeira reação direta às observações feitas por Trump.
O empresário atraiu uma enxurrada de críticas no fim de semana depois de dizer a um fórum republicano que ele não achava que McCain, um piloto de caça da Marinha que foi mantido prisioneiro por mais de cinco anos durante a Guerra do Vietnã, era um herói, porque ele foi capturado.
McCain minimizou o ataque pessoal em entrevista à rede MSNBC. Ele disse que não achava que Trump lhe devia um pedido de desculpa, mas sim às famílias de militares.
"Acho que ele deve um pedido de desculpa às famílias daqueles que se sacrificaram em conflito e àqueles que tenham sido submetidos a uma experiência de prisão ao servir ao nosso país", disse McCain.
O senador por Arizona e candidato presidencial republicano em 2008, que já se autodenominou impetuoso e combativo, adotou um tom de contenção e humildade em sua resposta. "A grande honra da minha vida foi servir na companhia de heróis", disse McCain à MSNBC. "Eu não sou um herói."
Trump estava se dirigindo a uma reunião de conservadores religiosos em Ames, Iowa, no sábado, quando o moderador citou McCain como um herói de guerra.
"Ele não era um herói de guerra", Trump retrucou. "Ele era um herói de guerra porque foi capturado. Eu gosto de pessoas que não foram capturadas."
(Reportagem adicional de Susan Heavey)