Por Saud e Mehsud
DERA ISMAIL KHAN, Paquistão (Reuters) - Seis paquistaneses trabalhando para uma empresa polonesa de pesquisa em petróleo e gás foram sequestrados no noroeste do Paquistão, disseram fontes militares à Reuters, anos depois de um engenheiro da mesma companhia ter sido decapitado por militantes paquistaneses.
Os seis funcionários da Geofizyka Krakow foram pegos em seus veículos no sábado à tarde, na estrada próxima ao vilarejo de Drazinda, a cerca de 80 quilômetros da cidade de Dera Ismail Khan, segundo duas autoridades de forças de segurança na área.
Um dos oficiais, que falou sob a condição de anonimato por não estar autorizado a falar com a imprensa, forneceu à Reuters os nomes e números de identidade nacional dos trabalhadores.
A Geofizyka Krakow, subsidiária da empresa estatal polonesa PGNiG, não foi imediatamente encontrada para comentar o ocorrido. Em seu site, a unidade local da PGNiG afirmou ter entrado em falência em agosto de 2016.
"Eles são sub-contratados fornecendo trabalho para a Geofizyka Krakow, companhia que está agora em falência. Eles não são poloneses", disse um porta-voz da PGNiG. Ele não quis dar mais detalhes.
Uma porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Polônia postou no Twitter que não haviam cidadãos poloneses no grupo e que a Embaixada polonesa em Islamabad, capital do Paquistão, está monitorando a situação.
Nenhum grupo militante reivindicou a responsabilidade pelos sequestros. No passado, militantes da linha dura do grupo islâmico paquistanês Taliban sequestrou pessoas na região para resgate ou para barganhar a liberação de prisioneiros.
A área onde os trabalhadores foram sequestrados é perto de Waziristão do Sul, parte das Áreas Tribais Federalmente Administradas (FATA), área sem lei que faz fronteira com o Afeganistão.
A Geofizyka Krakow possui um longo histórico de trabalhos com pesquisa sísmica no Paquistão.
Em 2008, um engenheiro polonês trabalhando para a empresa foi sequestrado pelo Taliban paquistanês próximo à cidade de Attock, e decapitado muitos meses depois.
De modo geral, a segurança no Paquistão tem melhorado nos últimos anos, mas muitas das áreas a noroeste que fazem fronteira com o Afeganistão continuam voláteis e perigosas, especialmente para estrangeiros e aqueles trabalhando para empresas estrangeiras.
As regiões de fronteira, profundamente conservadoras e de difícil acesso devido ao terreno acidentado, têm sido santuários para os combatentes da al Qaeda, o Taliban e outros grupos militantes.
A maioria dos grupos militantes que promovem ataques dentro do Paquistão está tentando derrubar o governo para estabelecer uma teocracia islâmica e impor uma interpretação mais estrita da religião do que a praticada na maior parte do país.