RIO DE JANEIRO (Reuters) - Independentemente de quem vencer a votação para o comando do Ministério Público Federal, o procurador-geral vai manter o protagonismo nas investigações de combate à corrupção, como na operação Lava Jato, disse nesta sexta-feira o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
"O Ministério Público tem tido um papel muito importante no combate à corrupção e à improbidade no país. A eleição na Procuradoria-Geral e nos órgãos do Ministério Público Federal é efetivamente importante", disse o ministro a jornalistas.
"Independentemente da pessoa que titularizar a procuradoria essa missão (de combate à corrupção) será cumprida", acrescentou.
A votação para a escolha do próximo procurador-geral será na próxima semana, num disputa em que o atual ocupante do cargo, Rodrigo Janot, é candidato à reeleição. Os demais concorrentes são Mario Bonsaglia, Carlos Frederico Santos e Raquel Dodge.
Pelas regras, os três mais votados na eleição irão compor uma lista tríplice que será encaminhada à presidente Dilma Rousseff, e caberá a ela escolher o novo indicado a procurador-geral da República. O escolhido precisa passar por sabatina em comissão do Senado e ser aprovado pelo Plenário.
Cardozo também classificou como "grave" a denúncia feita pela advogada Beatriz Catta Petra, responsável por vários acordos de delação premiada na operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras (SA:PETR4), de que fechou seu escritório de advocacia por se sentir ameaçada pelos integrantes da CPI da Petrobras. [nL1N10B030]
"Não posso dizer se ela recebeu realmente ameaças, mas o que eu posso dizer é que o MP tem a condição junto com o Congresso de esclarecer essa situação", afirmou Cardozo.
Mais cedo, o relator da CPI da Petrobras, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), afirmou à Reuters que na segunda-feira vai reforçar ao presidente da comissão o pedido para que a advogada compareça à CPI para prestar esclarecimentos.
O parlamentar destacou que a advogada já atuou no caso Lava Jato para supostos corruptos e corruptores e ela tem um escritório nos Estados Unidos.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)