GENEBRA (Reuters) - Ao menos 219 imigrantes e refugiados podem ter morrido no Mediterrâneo neste ano, mais que o dobro do mesmo período no ano passado, informou nesta terça-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Após entrevistas com quatro sobreviventes de um naufrágio no fim de semana, a agência disse que cerca de 180 pessoas podiam estar a bordo da embarcação que tombou na costa da Líbia, e não 110, como pensado anteriormente.
"É quase duas vezes o número de mortes, que levam o total do ano, em duas semanas de ano, para 219 mortes no Mediterrâneo", disse o porta-voz da OIM, Joel Millman, durante entrevista coletiva em Genebra.
A guarda costeira italiana informou que o barco não foi encontrado, então não há maneira de determinar o número de passageiros. Sobreviventes foram levados à Sicília na segunda-feira.
O número total de mortes de imigrantes no Mediterrâneo nas duas primeiras semanas de 2016 foi de 91, segundo a OIM.
Autoridades da OIM também estão analisando relatos de que cerca de 25 imigrantes tenham morrido no mar entre Marrocos e Espanha nos dias recentes, segundo Millman.
De 1° de janeiro a 15 de janeiro deste ano, 2.876 imigrantes e refugiados entraram na Europa por mar, desembarcando em sua maioria na Grécia e na Itália, comparados com os 23.664 nos primeiros 14 dias de janeiro de 2016, de acordo com números recentes da OIM. Um acordo entre Turquia e União Europeia limitou saídas da costa turca.
(Reportagem de Stephanie Nebehay, em Genebra; Reportagem adicionai de Isla Binnie, em Roma)