Por Steven Scheer e Humeyra Pamuk
JERUSALÉM/WASHINGTON (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, lhe assegurou que o governo Biden está trabalhando para retirar restrições a entregas de armas a Israel, um diálogo que o diplomata norte-americano se recusou a confirmar.
Em uma rara exposição de conversas diplomáticas de alto escalão normalmente privadas, Netanyahu afirmou que, quando se reuniu com Blinken em Israel na semana passada, disse a ele que é “inconcebível” que, nos últimos meses, Washington estivesse “retendo armas e munições” de Israel.
“Israel, aliado mais próximo dos EUA, lutando por sua vida, lutando contra o Irã e outros inimigos comuns”, disse Netanyahu e acrescentou que Blinken lhe assegurou que o governo está “trabalhando dia e noite” para remover esses gargalos.
Em maio, o governo Biden paralisou um envio de bombas de 900 quilos e de 226 quilos por preocupações com o impacto que elas teriam em áreas densamente povoadas, mas Israel ainda deveria receber bilhões de dólares em armamentos dos EUA.
Falando em uma entrevista coletiva em Washington, Blinken se recusou várias vezes a detalhar sua conversa com Netanyahu ou confirmar se havia dado essas garantias ao líder israelense.
Ele afirmou que os envios de armas, com exceção de um pacote com bombas grandes, estão andando normalmente porque Israel enfrenta ameaças de segurança além de Gaza, incluindo do Hezbollah e do Irã.
“Nós, como vocês sabem, estamos continuando a analisar uma remessa sobre a qual o presidente Biden falou, de bombas de 900 quilos por causa das nossas preocupações com o uso delas em áreas densamente povoadas, como Rafah. Isso continua sendo revisado”, disse Blinken.
“Mas todo o resto está andando como normalmente andaria, e novamente com a perspectiva de garantir que Israel tenha o que precisa para se defender contra vários desafios.”
(Reportagem de Steven Scheer e Humeyra Pamuk)