Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu disse neste domingo que pretende anexar todos assentamentos israelenses na Cisjordânia, reiterando uma promessa eleitoral feita há cinco meses, mas novamente sem citar um prazo para isso.
Os assentamentos são uma das questões mais acaloradas no conflito israelense-palestino. Os palestinos expressaram temores de que Netanyahu possa desafiar o consenso internacional e seguir em frente com a anexação com um possível apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um aliado próximo.
"Com a ajuda de Deus, estenderemos a soberania judaica a todos os assentamentos como parte da terra (bíblica) de Israel, como parte do estado de Israel", disse Netanyahu em discurso dominical no assentamento de Elkana, na Cisjordânia, onde participou de cerimônia de abertura do ano letivo.
Ele não disse quando planeja fazer tal movimento.
Nabil Abu Rdainah, porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas, disse que o anúncio de Netanyahu é "uma continuação das tentativas de criar um inaceitável 'fato consumado' que não levará a nenhuma paz, segurança ou estabilidade".
Netanyahu, que lidera o partido de direita Likud, fez uma promessa semelhante dias antes das eleições gerais de Israel em abril. Após a votação, ele não conseguiu formar uma maioria parlamentar no governo e o país realizará uma nova eleição em 17 de setembro.
A reafirmação da promessa de anexação ocorreu em meio a uma campanha para atrair apoiadores de facções de extrema-direita para o Likud nas próximas eleições, nas quais são os votos são dados para uma lista de candidatos parlamentares de cada partido.
No poder na década passada, mas alvo de acusações de corrupção, Netanyahu alertou que o Likud precisa emergir com uma liderança decisiva na eleição, ou então o presidente de Israel poderá escolher outro candidato para formar uma coalizão de governo após a disputa eleitoral.
Netanyahu nega qualquer irregularidade em três investigações criminais contra ele.
O Likud tem aparecido nas pesquisas de opinião em disputa próxima com o partido centrista Azul (SA:AZUL4) e Branco, liderado pelo ex-chefe das forças armadas Benny Gantz.