BERLIM (Reuters) - O número de imigrantes solicitando benefícios sociais na Alemanha aumentou 169 por cento no ano passado, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, uma cifra que deve dar ainda mais fôlego a grupos anti-imigração como o Alternativa para a Alemanha (AfD), que teve um bom desempenho na eleição do fim de semana.
Cerca de 975 mil imigrantes estavam recebendo auxílio do governo em cumprimento ao Ato sobre Benefícios para Postulantes a Asilo no final de 2015, disse o Escritório Federal de Estatísticas. O número representa o sexto aumento anual consecutivo – em 2014 eram 363 mil.
O salto ocorreu na esteira da decisão tomada no ano passado pela chanceler alemã, Angela Merkel, de abrir as portas para refugiados que escapam da guerra na Síria e em outros locais. A Alemanha acolheu mais de um milhão de pessoas, embora o influxo tenha diminuído acentuadamente nos últimos meses devido a controles de fronteira mais rígidos na Europa e a um acordo de repatriação com a Turquia.
Os dados divulgados nesta segunda-feira incluem imigrantes com vistos de residência temporários e aqueles que não podem ser deportados por ora, e não contemplam aqueles que têm status de refugiados ou estão em condição de solicitar asilo, que recebem benefícios sociais se precisarem de ajuda.
Embora muitos alemães tenham recebido os imigrantes calorosamente quando eles começaram a chegar em levas no verão local passado, essa acolhida foi substituída em parte pelo temor depois de três ataques violentos contra civis realizados por imigrantes recentemente e pela preocupação com a integração.
Impulsionado por essa inquietude, o AfD ficou em segundo lugar na eleição de domingo em Mecklenburg-Pomerânia Ocidental, Estado do leste alemão, e à frente da centro-direitista União Democrata Cristã de Merkel. Agora o AfD está representado em nove dos 16 parlamentos regionais do país.
(Por Michelle Martin)