WASHINGTON/CARACAS (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, promulgou nesta quinta-feira uma lei que permite impor sanções contra autoridades do governo da Venezuela acusadas de violar o direito de manifestantes durante uma onda de protestos que tomou o país sul-americano no começo deste ano.
A promulgação foi repudiada por Nicolás Maduro, que definiu a medida como uma "agressão". O presidente venezuelano fez um paralelo entre a recente reaproximação entre EUA e Cuba e a possível imposição de sanções que deteriorariam ainda mais as relações de Caracas com Washington.
"São as contradições de um império que pretende impor sua dominação por qualquer via, subestimando a força e consciência da pátria. Por isso, repudio as insolentes medidas tomadas pela elite imperial dos Estados Unidos", escreveu Maduro em sua conta no Twitter.
O mandatário acrescentou que Obama deu "um passo em falso" contra a Venezuela ao promulgar a medida que o Congresso norte-americano já havia aprovado na semana passada.
A Venezuela corre o risco de ficar isolada na região em sua retórica antiamericana, depois que Cuba e EUA, grandes arqui-inimigos ideológicos do continente, fizeram um acordo para a normalização das relações diplomáticas.
A medida contra autoridades venezuelanas permite negar vistos e congelar bens de indivíduos que a lei considera que estiveram envolvidos em uma ofensiva contra a oposição durante os três meses de protestos de rua contra o crime e o fraco estado da economia que deixaram 43 mortos.
A lei também permite a aplicação de sanções, mas cabe ao presidente norte-americano fazer uso da medida.
(Reportagem de Steve Holland, em Washington; e Andrew Cawthorne e Eyanir Chinea, em Caracas)