NAÇÕES UNIDAS/DUBAI (Reuters) - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) apoiou nesta segunda-feira o acordo nuclear do Irã com as potências mundiais, mas a Guarda Revolucionária da República Islâmica repudiou a resolução, enfatizando a forte oposição ao pacto.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, saudou o endosso da ONU, dizendo que ele mostra que o acordo da semana passada angariou amplo apoio internacional por ser a melhor maneira de garantir que o Irã jamais obtenha armas nucleares.
A União Europeia também aprovou o entendimento, que freia o programa nuclear iraniano em troca do alívio das sanções econômicas, e a Alemanha rapidamente se movimentou para ressuscitar suas relações comerciais outrora próximas com Teerã.
Na ONU, o Conselho de Segurança adotou de forma unânime uma resolução que foi negociada como parte de um acordo obtido em Viena entre o Irã e o chamado P5+1 – China, EUA, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha.
Em resposta à retirada das sanções de EUA, UE e ONU que prejudicam sua economia, o Irã precisa aceitar limites de longo prazo em suas atividades nucleares, que o Ocidente suspeita terem como meta uma bomba atômica, mas que Teerã afirma serem pacíficas.
A embaixadora norte-americana na ONU, Samantha Power, disse que o pacto torna o mundo "mais seguro e estável".
Mas o acordo ainda enfrenta oposição no Congresso dos EUA e em alguns países do Oriente Médio, como Israel e Arábia Saudita, assim como da Guarda Revolucionária e de outras instâncias iranianas linha-dura.
Mesmo antes de o Conselho aprovar a resolução em Nova York, o principal comandante da Guarda, Mohammed Ali Jafari, o criticou por interferir com as operações militares do Irã e por cruzar "linhas vermelhas" estabelecidas pelo líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.
"Jamais a aceitaremos", disse ele, segundo a agência de notícias semioficial Tasnim.
(Por Michelle Nichols e Bozorgmehr Sharafedin)