BRUXELAS/NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A chefe de política externa da União Europeia e o secretário-geral da ONU criticaram nesta terça-feira uma iniciativa israelense de legalizar milhares de casas de colonos em terras palestinas na Cisjordânia ocupada.
Federica Mogherini, da UE, disse que a lei, se implementada, ultrapassa um limiar novo e perigoso.
"Esses assentamentos constituem um obstáculo à paz e ameaçam a viabilidade de uma solução de dois Estados", afirmou.
"Isso reforçaria ainda mais a realidade de direitos desiguais, ocupação perpétua e conflito", disse ela, destacando que a UE considera ilegais os assentamentos israelenses nos territórios palestinos ocupados.
O Parlamento israelense aprovou a lei duas semanas após a posse de Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos. Trump sinalizou uma abordagem mais branda sobre os assentamentos do que seu antecessor, Barack Obama.
A medida legaliza retroativamente cerca de 4.000 casas de colonos construídas em terras palestinas de propriedade privada.
O secretário-geral da ONU, Antonio Gutérres, afirmou que a ação vai contra o direito internacional e terá consequências legais para Israel.
"O secretário-geral insiste na necessidade de evitar quaisquer ações que desviem a solução de dois Estados", disse seu porta-voz, Stephane Dujarric, em um comunicado, referindo-se a esforços internacionais de longa data para resolver o conflito israelo-palestino.
(Por Gabriela Baczynska)