PRATICA DI MARE, Itália (Reuters) - A Organização das Nações Unidas começou a levar nesta sexta-feira refugiados da Líbia para a Itália, retirando-os de centros de detenção cujas condições foram condenadas por grupos humanitários como inumanas.
Centenas de milhares de imigrantes fugiram de conflitos ou de pobreza em casa e agora estão presos na Líbia, onde esperavam pagar traficantes de pessoas para passagem à Europa via Itália.
Esta é a primeira vez que o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) na Líbia retirou refugiados diretamente para a Europa. Um avião militar italiano C-130 aterrissou em um aeroporto ao sul da capital carregando 110 mulheres e crianças, e um segundo voo era esperado com mais de 50 pessoas mais tarde nesta sexta-feira.
Os imigrantes africanos, incluindo muitas crianças pequenas, estavam com cobertores ou embrulhados em casacos conforme desembarcavam do avião em uma noite fria.
“Nós realmente esperamos que outros países sigam o mesmo caminho”, disse o enviado especial do Acnur para o Mediterrâneo Central, Vincent Cochetel, em comunicado após desembarque do primeiro avião.
“Alguns dos retirados sofreram tremendamente e estavam sendo mantidos presos em condições inumanas na Líbia. Cinco destas mulheres deram à luz enquanto em detenção, com assistência médica muito limitada”, disse Cochetel.
O Acnur estima que cerca de 18 mil pessoas estão sendo mantidas em centros de detenção para imigrantes que são controlados pelo governo de Trípoli e busca retirar até 10 mil pessoas no próximo ano.