SEUL (Reuters) - O opositor Partido Popular da Coreia do Sul vai começar a coletar assinaturas para uma moção de impedimento contra a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, e a principal legenda da oposição, o Partido Democrático, analisará as condições para o impeachment, disseram porta-vozes dos partidos nesta segunda-feira.
No domingo, procuradores do país disseram acreditar que Park foi cúmplice de um escândalo de tráfico de influência que vem abalando seu governo.
A melhor amiga da presidente, Choi Soon-sil, e um ex-assessor presidencial, An Chong-bum, foram acusados de abuso de poder por pressionarem empresas a contribuírem financeiramente com fundações no centro do escândalo.
Centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Seul no sábado na quarta semana seguida de protestos contra Park, as maiores manifestações públicas no país desde os anos 1980.
Park, cujo mandato de cinco anos termina em fevereiro de 2018, vem resistindo aos pedidos de renúncia, mas se desculpou duas vezes, dizendo que só procurou beneficiar a economia, e não a si mesma, mas admitindo descuido em seus laços com Choi.
O Partido Popular, que tem 38 das 300 cadeiras do parlamento unicameral, iniciou os esforços para tirar Park do cargo e irá conversar com outras legendas para obter firmas para uma moção de impeachment, disse o porta-voz Lee Yong-ho.
A moção exige aval de ao menos metade do parlamento para ser iniciada e uma maioria de dois terços para ser aprovada. Se isso ocorrer, ela será analisada pela Corte Constitucional, que tem que confirmá-la com no mínimo seis de seus nove juízes. Analistas políticos dizem que uma moção contra Park tem grandes chances de aprovação.