Por Andrew Cawthorne e Diego Oré
CARACAS (Reuters) - Líderes da oposição da Venezuela disseram nesta sexta-feira que foram proibidos de sair do país, o que aumentou a revolta causada pela suspensão da próxima etapa de um referendo revogatório do impopular presidente socialista, Nicolás Maduro.
Várias figuras da oposição publicaram um documento supostamente emitido por um tribunal da cidade de Valencia ordenando oito pessoas --incluindo o líder da coalizão opositora Jesús Torrealba e o duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles-- a permanecerem na Venezuela.
"Eles estão perdendo seu tempo mais uma vez. Esperem para ouvir o que temos a dizer nas próximas horas", tuitou Capriles, que vem liderando a campanha que pede um plebiscito contra Maduro.
"É uma agressão gratuita", acrescentou Torrealba. "Somos a maioria, nas ruas e no Congresso."
Porta-vozes do judiciário e do governo não responderam de imediato a pedidos de comentário.
O suposto documento incluiu oito nomes e não apresentou motivos para a proibição, mas pode estar relacionado com alegações governamentais segundo as quais a oposição praticou fraudes em uma etapa inicial de coleta de assinaturas neste ano para dar início ao processo do referendo.
Esta foi a razão de a autoridade eleitoral da Venezuela ter suspendido a próxima fase, marcada para a semana que vem --a coleta de 4 milhões de assinatura para desencadear o plebiscito--, citando ordens judiciais.
Enfurecidos, apoiadores da oposição acusaram o governo de usar táticas ditatoriais.
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) disse que em breve irá anunciar medidas para continuar pressionando pela saída de Maduro.