Por Noemie Olive
SAINT-ETIENNE-DU-ROUVRAY (Reuters) - Um padre com mais de 80 anos foi morto com uma faca e outro refém foi seriamente ferido nesta terça-feira em um ataque em uma igreja no norte da França realizado por agressores ligados ao Estado Islâmico.
Os dois agressores foram mortos a tiros pela polícia francesa. Cinco pessoas foram feitas reféns. Uma fonte policial disse que o padre aparentemente teve a garganta cortada.
Em visita ao local do ataque, em Saint-Etienne-du-Rouvray, na Normandia, o presidente da França, François Hollande, disse que a França precisa enfrentar o Estado Islâmico de todas as formas.
"O Estado Islâmico declarou guerra contra nós, precisamos lutar esta guerra de todas as maneiras, enquanto respeitamos o estado de direito, que nos torna uma democracia", disse a repórteres no local da ação.
O presidente chamou o ato de um "terrível ataque terrorista" e disse a repórteres que os agressores juraram aliança ao Estado Islâmico. A agência de notícias oficial do grupo, a Amaq, relatou que dois de seus "soldados" realizaram o ataque.
"Fomos colocados em teste novamente", disse Hollande. "A ameaça continua muito alta".
O episódio é o mais recente em uma série de ataques mortais na Europa.
Na França, esse ataque na região da Normandia acontece 12 dias após o tunisiano de 31 anos Mohamed Lahouaiej Bouhlel ter atropelado com um caminhão pessoas que comemoravam um feriado na cidade de Nice, na Riviera Francesa, matando 84 pessoas. O Estado Islâmico reivindicou o ataque.
Os homens, armados com facas, iniciaram o ataque ao tomarem cinco pessoas como reféns dentro de uma igreja na cidade de Saint-Étienne-du-Rouvray, ao sul de Rouen, na Normandia.
O porta-voz do Ministério do Interior confirmou que um dos reféns havia sido morto e outro estava em estado crítico.
Ainda não havia detalhes imediatos sobre a identidade ou motivos dos dois agressores, mas a investigação foi entregue à unidade antiterrorista do gabinete da promotoria de Paris.
Uma fonte policial disse que, aparentemente, o padre teve sua garganta cortada. O Vaticano condenou o ato e disse que foi um “assassinato bárbaro”.
“Em certo ponto, os dois agressores saíram da igreja e foi aí que foram mortos pela força de elite BRI”, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Pierre-Henry Brandet, à rádio France Info, referindo-se ao grupo de forças especiais da polícia francesa.
O primeiro-ministro Manuel Valls classificou o ataque como “bárbaro” e disse que foi um golpe contra todos os católicos e toda a França. “Nós ainda estamos juntos”, disse Valls no Twitter.
(Reportagem adicional de Michel Rose)