Por Robin Emmott
BRUXELAS (Reuters) - Governos da União Europeia vão se mobilizar para reconhecer Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela a partir da semana que vem, mas usando uma linguagem cautelosa por medo de estabelecer um precedente para crises políticas, disseram dois diplomatas da UE nesta sexta-feira.
Receosos de que a decisão de Guaidó de se declarar presidente possa servir de exemplo para outros líderes de oposição em todo o mundo, ministros das Relações Exteriores do bloco concordaram nesta semana em Bucareste em só apoiá-lo até que se possa realizar uma nova eleição.
Em vez de o bloco como um todo fazer uma declaração conjunta, cada um dos 28 governos informará se endossa o chefe da Assembleia Nacional venezuelana.
Reino Unido, França, Alemanha e Espanha devem anunciar reconhecimento direto de Guaidó a partir de segunda-feira, supondo que um prazo de oito dias que estabeleceram no sábado para a convocação de uma eleição não será cumprido, disseram diplomatas. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou o pedido, que viu como um ultimato inaceitável.
A maioria dos outros países menores da UE dará seu apoio a Guaidó, mas preferiram evitar usar explicitamente as palavras "reconhecimento" e "reconhecer".
De acordo com dois documentos preparados por diplomatas da UE e vistos pela Reuters, eles "admitirão apoio" a Guaidó no papel de presidente interino.
"Muitos países irão querer enfatizar a natureza transitória deste reconhecimento de fato", disse um diplomata do bloco.
A UE concordou em liderar um grupo de crise internacional de 10 ou 12 nações e deve realizar sua primeira reunião na semana que vem em Montevidéu, segundo os diplomatas.