O presidente palestino, Mahmoud Abbas, declarou neste sábado (20.abr.2024) que a Autoridade Palestina irá reconsiderar suas relações com os Estados Unidos, em resposta ao veto norte-americano à tentativa palestina de obter status de membro pleno na ONU (Organização das Nações Unidas) na 5ª feira (18.abr).
Para a adesão ser efetivada e o Estado obter todos os direitos na comunidade internacional, a aprovação era necessária tanto pelo Conselho de Segurança quanto por 2/3 da Assembleia Geral da ONU. O resultado da votação na 5ª feira (18.abr) ficou em 12 votos favoráveis, 1 contrário e 2 abstenções.
Em declaração à agência de notícias palestina WAFA neste sábado (20.abr.2024), Abbas afirmou que “as posições hostis” adotadas pela administração do presidente Joe Biden “despertaram uma ira sem precedentes entre o povo palestino e as populações da região, potencialmente impelindo a região para mais instabilidade, caos e terrorismo”.
Ele afirmou que a liderança palestina irá reavaliar suas relações bilaterais com os EUA para proteger os interesses e direitos palestinos, ao contrário de seguir “uma visão norte-americana ou agendas regionais”.
“Estamos à beira de uma nova e desafiadora fase, com várias opções diante de nós… vamos formular uma nova estratégia para proteger as decisões nacionais palestinas de maneira independente”, disse Abbas.
As consequências práticas da declaração de Abbas não estão claras. No entanto, é a crítica mais forte à política dos EUA expressa por ele desde o início da administração Biden. A Casa Branca ainda não respondeu aos comentários do presidente palestino.
PROCESSO DE ADESÃO
Em 23 de setembro de 2011, a Palestina pediu para aderir à ONU. A solicitação de participação palestina na entidade internacional foi uma tentativa de encerrar as tensões entre israelenses e palestinos e fazer valer a solução de 2 Estados. Eis a íntegra do pedido feito em 2011 (PDF – 36 kB, em inglês).
Em documento encaminhado ao secretário-geral da ONU, em 2011, o presidente da Autoridade Palestina responsável por enviar a solicitação, Mahmoud Abbas, afirmou ter a honra de, na qualidade do “único representante legítimo do povo palestino”, dizer que o Estado da Palestina é “amante” da paz e que aceita cumprir as obrigações contidas da Carta das Nações Unidas.
Apesar da petição, a palestina nunca foi admitido como integrante pleno da ONU. Ao invés disso, no ano seguinte, em 2012, os palestinos obtiveram status de observadores.