Por Krisztina Than e Jan Lopatka
BUDAPESTE/PRAGA (Reuters) - Os hospitais da Hungria estão sofrendo uma pressão "extraordinária" das crescentes infecções de coronavírus, disse seu cirurgião-geral nesta quarta-feira, já que o país se tornou um foco da terceira onda de uma pandemia que atinge a Europa Central com dureza excepcional.
Como a maior parte da região, a Hungria conseguiu conter as infecções durante a fase inicial da pandemia, em março e abril do ano passado, com medidas de lockdown rápidas e rígidas.
Mas uma nova onda de infecções que varre a região em 2021 fez a Hungria superar a República Tcheca nesta semana como país com o maior número diário de mortes de Covid-19 per capita do mundo, de acordo com cifras da entidade Our World in Data.
Especialistas atribuem o fenômeno à disseminação da variante muito mais contagiosa do vírus encontrado primeiramente no Reino Unido, que responde pela maioria dos casos relatados agora e infecta famílias inteiras.
A região também abriga muitas fábricas grandes onde o trabalho remoto não é possível e, desta vez, governos relutam em impor um lockdown rapidamente, temendo mais um choque em suas economias na esteira da recessão do ano passado.
Embora as infecções novas na República Tcheca e na Eslováquia comecem a declinar, a Polônia relatou um número recorde de casos novos que ficou pouco abaixo de 30 mil, e o governo cogita enviar pacientes para regiões diferentes para ajudar os hospitais a lidarem com o grande número de pacientes.
Depois que as hospitalizações atingiram um nível crítico, a República Tcheca adotou um lockdown mais severo no dia 1º de março e implantou exames de forma abrangente nos locais de trabalho --e desde então viu alguma melhora no número de casos.
O primeiro-ministro tcheco, Andrej Babis, admitiu erros depois que o governo foi criticado por demorar para aplicar restrições no outono, quando os números dispararam.
País com uma população de quase 10 milhões de habitantes, a Hungria acumula um total de 18.952 mortos de coronavírus. Seu premiê, Viktor Orbán, já está debatendo com empresas as opções para uma reabertura cautelosa de lojas, apesar de os casos estarem aumentando.
O governo decidirá as medidas para a Páscoa em breve. Todas as escolas estão com ensino remoto até 7 de abril.
(Por Krisztina Than e Anita Komuves)