Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco irá fazer a primeira visita papal à Irlanda em quase 40 anos, disse o premiê irlandês nesta segunda-feira, em meio a sinais de que ele possa se tornar o primeiro papa católico romano a visitar a Irlanda do Norte.
Francisco, nascido na Argentina, confirmou a visita em 2018 ao primeiro-ministro Enda Kenny durante encontro no Vaticano, no qual o líder irlandês tentou colocar um final aos anos de relações conturbadas entre o Vaticano e Dublin.
O papa João Paulo 2º visitou a ilha em 1979, mas não pôde viajar ao Norte por conta da violência entre protestantes que queriam que a província ficasse no Reino Unido e nacionalistas católicos, que queriam se unir à República da Irlanda.
Um delicado acordo de compartilhamento de poder entre os dois lados em 1998 terminou com três décadas de violência, que custaram mais de 3.600 vidas. Apesar de algumas atividades de militantes, a segurança atualmente é um problema muito menor do que antes do acordo de paz.
"Discutimos o que ele pode fazer... e obviamente se isto significar que ele viaje à Irlanda do Norte, então iremos ajudar em cooperar para fazer quaisquer preparativos", disse Kenny a repórteres após encontro com o papa.
Na Irlanda do Norte, o vice-primeiro-ministro, Martin McGuinness, disse segundo a rede UTV: "Penso que não há perspectiva alguma dele vir à Irlanda e não vir ao Norte".
O líder protestante mais famoso da província, o falecido pregador presbiteriano Ian Paisley, já se manifestou contra o papa João Paulo 2º, chamando o líder católico de anticristo. Mas após o acordo de Belfast, em 1998, ele mudou de opinião e concordou em se tornar o primeiro-ministro da província e compartilhar poder com os ex-rivais católicos.