CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco fez seu apelo mais contundente sobre o conflito da Síria até o momento nesta quarta-feira, pedindo um "cessar-fogo imediato" para permitir a retirada dos civis.
A guerra síria se agravou desde que os esforços para se chegar a uma trégua fracassaram em setembro. Desde então, a Síria e sua aliada Rússia lançaram sua maior ofensiva a setores da cidade de Aleppo controlados pelos rebeldes.
Os ataques aéreos provocaram repúdio generalizado, incluindo clamores de França e Estados Unidos por uma investigação de crimes de guerra que dizem ter sido cometidos por forças sírias e russas.
"É com uma sensação de urgência que renovo meu apelo, implorando aos responsáveis com todas as minhas forças por um cessar-fogo imediato", disse o papa diante de milhares de pessoas em sua audiência geral semanal na Praça São Pedro.
Francisco disse que um cessar-fogo é essencial "ao menos pelo tempo necessário para permitir a retirada dos civis, especialmente as crianças, que ainda estão presos pelos bombardeios cruéis".
O pontífice já fez vários apelos pelo fim do derramamento de sangue na Síria. No mês passado, ele exortou as forças a pararem de bombardear civis em Aleppo, alertando que irão enfrentar o julgamento de Deus. Ele não mencionou os autores dos ataques aéreos.
No domingo, Francisco promoveu o atual embaixador do Vaticano na Síria, o arcebispo italiano Mario Zenari, para o alto cargo de cardeal de maneira a mostrar sua preocupação da igreja de 1,2 bilhão de católicos com a Síria.
Acredita-se que é a primeira vez na história recente que um embaixador do Vaticano, conhecido como núncio, terá o cargo de cardeal.
(Por Philip Pullella)