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Por Marco Aquino
LIMA (Reuters) - Um bloco de parlamentares da oposição no Peru apresentou nesta quinta-feira uma nova moção para remover do cargo a presidente Dina Boluarte, uma das líderes mais impopulares do mundo.
A proposta é a mais recente de uma série de moções sem sucesso até o momento e ocorre no momento em que o país sul-americano se prepara para as eleições de abril próximo.
A moção, que busca remover Boluarte por "incapacidade moral permanente", foi assinada por pelo menos 34 parlamentares de vários partidos.
Pelo menos 52 precisam aprová-la em uma próxima sessão plenária do Congresso antes que ela possa ser debatida em uma sessão separada, que decidirá se ela pode ou não prosseguir.
"A única maneira de avançar é o impeachment de Dina Boluarte", disse a deputada Susel Paredes em um post no X, no qual compartilhou o documento. "Vários blocos concordam e é por isso que a moção foi apresentada agora."
Boluarte chegou ao poder em dezembro de 2022, quando seu antecessor, o presidente Pedro Castillo, sob o qual ela havia atuado como vice-presidente, foi deposto e preso depois de tentar dissolver o Congresso.
A destituição de Castillo foi recebida com meses de protestos generalizados e mortais, especialmente nas comunidades rurais andinas e indígenas, e grupos de direitos humanos acusaram o governo Boluarte de usar força excessiva para reprimir os protestos.
Ela também se envolveu em alegações de enriquecimento ilícito envolvendo bens não declarados e relógios Rolex. Em julho, ela decidiu dobrar seu salário.
Seus índices de aprovação estão oscilando entre 2% e 4%.
O documento da moção que Paredes compartilhou citou "sérias alegações de corrupção", incluindo o chamado escândalo Rolexgate, como um dos motivos para sua remoção.
Até o momento, o Congresso peruano, dominado pelos conservadores, rejeitou as moções para iniciar um processo de destituição, mas, faltando meio ano para as eleições, mais parlamentares expressaram apoio à moção.
O Peru teve seis presidentes desde 2018 e quatro ex-líderes estão atualmente atrás das grades.
(Reportagem de Marco Aquino)