Por Mohammed Ghobari e Alaa Swilam
ÁDEN (Reuters) - Os lados no conflito de sete anos no Iêmen concordaram pela primeira vez em anos com uma trégua nacional, que também permitirá a importação de combustível para áreas controladas pelos houthis e alguns voos que operam do aeroporto de Sanaa, disse enviado da ONU nesta sexta-feira.
O acordo mediado pela ONU entre uma coalizão liderada pela Arábia Saudita e o grupo houthi alinhado ao Irã é o passo mais significativo até o momento para acabar com um conflito que já matou dezenas de milhares e empurrou milhões para a fome. A última pausa coordenada das hostilidades em todo o país foi durante as negociações de paz em 2016.
O enviado especial da ONU, Hans Grundberg, disse que a trégua de dois meses entrará em vigor no sábado às 19h (13h em Brasília) e pode ser renovada com o consentimento das partes. Sábado marca o início do mês sagrado muçulmano do Ramadã.
"O objetivo desta trégua é dar aos iemenitas uma pausa necessária da violência, alívio do sofrimento humanitário e, mais importante, esperança de que o fim deste conflito seja possível", disse Grundberg em comunicado, acrescentando que pressionaria por um cessar-fogo permanente.
A economia e os serviços básicos do Iêmen, incluindo a saúde, entraram em colapso, deixando 80% da população de cerca de 30 milhões dependente de ajuda.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a trégua "precisa ser o primeiro passo para acabar com a guerra devastadora do Iêmen", instando as partes a aproveitar a oportunidade para "retomar um processo político iemenita inclusivo e abrangente".