Por Dave Graham e David Alire Garcia
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O partido do presidente do México, Enrique Peña Nieto, estava sob risco de perder a maioria na Câmara dos Deputados, após as eleições de meio de mandato realizadas no domingo, transcorridas num momento de insatisfação generalizada no país por causa da corrupção, violência das gangues e fraco crescimento econômico.
Os mexicanos votaram no domingo para eleger 500 membros da poderosa Câmara dos Deputados, bem como nove governadores estaduais e mais de 1.000 legisladores estaduais e municipais, numa eleição tida como um referendo sobre o governo de Pena Nieto. Não houve votação para o Senado.
As previsões iniciais da autoridade eleitoral do México indicaram que o governista Partido Revolucionário Institucional (PRI) e seus parceiros conquistaram entre 246 e 263 dos 500 assentos na Câmara dos Deputados.
A coalizão do PRI, o Partido Verde e o pequeno Partido da Nova Aliança (Panal) tinham uma maioria de 1 cadeira, num total de 251, antes da votação. A contagem preliminar sugere que o apoio ao PRI caiu um pouco desde a eleição presidencial em 2012.
"A segurança e a corrupção são as coisas mais importantes que devem ser melhoradas", disse Luis Castillo, um aposentado de 80 anos, depois de votar na sigla oposicionista de centro-direita Partido de Ação Nacional (PAN), na Cidade do México. "O PRI passou 70 anos sendo corrupto, e isso é suficiente", acrescentou.
Pelo menos sete candidatos e nove funcionários eleitorais foram assassinados em uma campanha marcada pela intimidação de cartéis de drogas e protestos de professores contra reformas do ensino. Nova onda de violência explodiu no fim de semana, com 16 pessoas mortas no sábado, quando gangues entraram em confronto perto da cidade turística de Acapulco, embora pareça não haver conexão com a eleição.
(Reportagem adicional de Liz Diaz e Max de Haldevang)