Por Aaron Maasho
ADIS-ABEBA (Reuters) - Mais de 90 pessoas foram mortas a tiros por forças de segurança em protestos nas regiões etíopes de Oromiya e Amhara no fim de semana, disseram moradores e representantes da oposição nesta segunda-feira.
O tumulto tomou conta de Oromiya por vários meses até o começo deste ano, por causa de planos para alocar terras agrícolas ao redor da capital regional para desenvolvimento. Autoridades abandonaram a proposta em janeiro, mas os protestos voltaram a acontecer por causa da prisão de manifestantes da oposição.
No fim de semana, manifestantes gritaram slogans contrários ao governo e empunharam bandeiras dissidentes. Alguns exigiam a libertação de políticos de oposição presos.
"Até agora, nós compilamos uma lista de 33 manifestantes mortos por forças de segurança armadas, incluindo policiais e soldados, mas estou bem certo que a lista vai aumentar", disse Mulatu Gemechu, vice-presidente do oposicionista Congresso da Federação Oromo.
As mortes aconteceram em pelo menos 10 cidades em Oromiya, disse ele, incluindo Ambo, Dembi e Nekemt.
Em Amhara, moradores disseram que a polícia disparou contra manifestantes durante protestos sobre territórios disputados que continuavam até o início desta segunda na cidade de Bahir Dar.
"Soldados dispararam contra os manifestantes. Os hospitais foram tomados por mortos e feridos", disse um morador, que afirmou que 60 pessoas morreram.