Por Kate Abnett
BRUXELAS (Reuters) - Canalizar pagamentos de compensação climática por meio de fundos existentes não funcionará para comunidades vulneráveis, disse uma equipe de pesquisadores internacionais nesta terça-feira, argumentando que um novo fundo deve ser criado.
A questão controversa de como os países vulneráveis afetados pelas mudanças climáticas podem ser compensadas pelos países ricos deve dominar as negociações da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) na próxima semana, no Egito.
Representantes dos quase 200 países que participarão da COP27 irão avaliar se devem criar algum tipo de fundo de compensação, uma demanda central dos países em desenvolvimento em todo o mundo.
Em um relatório nesta terça-feira, pesquisadores do Instituto do Meio Ambiente de Estocolmo apoiaram a criação de um novo fundo.
Embora existam vários fundos para ajudar os países a reduzir as emissões de CO2 e se preparar para inundações, aumento do nível do mar e outros impactos climáticos, eles não podem ajudar os países a se recuperarem de perdas e danos já causados por desastres naturais provocados pelo clima, argumentam os pesquisadores. Isso se deve a atrasos crônicos no financiamento ou porque as comunidades beneficiadas têm um envolvimento limitado na tomada de decisões, disseram eles.
"Existem lacunas significativas nos mecanismos de financiamento climático existentes que tornam importante criar um mecanismo dedicado a perdas e danos", disse Ines Bakhtaoui, principal autora do relatório.
Por exemplo, a maioria dos financiamentos climáticos assume a forma de empréstimos, em vez de pequenas doações que os pesquisadores disseram que apoiariam comunidades vulneráveis sem sobrecarregá-las com dívidas. O relatório sugeriu a formação de um fundo da ONU com regras simplificadas para facilitar o acesso ao dinheiro para os mais atingidos, ao mesmo tempo em que canaliza temporariamente a compensação por meio de fundos existentes enquanto o novo esquema é lançado.
“Atualmente, o financiamento climático é amplamente inacessível para os países e comunidades destinatários devido a requisitos rigorosos de proposta e credenciamento e longos atrasos na entrega”, afirmou o relatório.
Os Estados Unidos e a União Europeia se opõem a esse fundo devido a preocupações com seus passivos.
(Reportagem de Kate Abnett)