Por Julie Steenhuysen
CHICAGO (Reuters) - Pesquisadores anunciaram nesta quarta-feira a descoberta de novas evidências que reforçam a associação entre o Zika vírus e casos de má-formação cerebral, citando a presença do vírus no cérebro de um feto abortado de uma mulher europeia que ficou grávida enquanto morava no Brasil.
Uma autópsia realizada no feto mostrou a microcefalia, além de lesão cerebral grave, e altos níveis de Zika vírus em tecidos do cérebro fetal, excedendo os níveis do vírus normalmente encontrados em amostras de sangue, disseram pesquisadores do Centro Médico Universitário de Ljubljana, na Eslovênia, em texto no New England Journal of Medicine.
As descobertas ajudam "a fortalecer a associação biológica" entre a infecção pelo Zika vírus e a microcefalia, afirmaram pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard e do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, em um editorial que acompanha a revista científica.
O Ministério da Saúde do Brasil confirmou no ano passado a relação entre o Zika e o surto de microcefalia na Região Nordeste do país, mas os pesquisadores ainda tentam confirmar uma ligação científica.
Os casos suspeitos e confirmados de recém-nascidos com má-formação cerebral ligada ao Zika vírus no Brasil chegaram a 4.074 até 30 de janeiro, segundo último balanço do Ministério da Saúde.